Aqui a bela homenagem da amiga Helô Lima ao nosso saudoso jose carlos Silva Costa


Aqui a bela homenagem da amiga Helô Lima ao nosso saudoso jose carlos Silva Costa

Originally shared by Helô Lima

Tudo começou na época fértil dos blogs, se não me engano no ano de 2003. Vi em algum deles um convite do Carlos Alberto Teixeira, o CAT, para a assinatura de Colunas Rio. A compilação das principais colunas dos jornais cariocas foi elaborada pelo artista plástico José Carlos da Silva Costa, que acordava muito cedo e começava o dia prestando gratuitamente este serviço de copiar e colar as colunas repassando-as por e-mail aos interessados.

Logo assinei a mailing list e alguns dias depois fiz um agradecimento ao Silva Costa pelo inestimável serviço. Foi o suficiente para o início de uma amizade duradoura e profícua. Uma amizade virtual, solidificada através de e-mails, bate-papos no Skype e, nos últimos meses, via Whatsapp.

Em 2004, aproveitando uma ida à cidade maravilhosa, passei pelo Iate Clube do Rio de Janeiro, clube que Silva Costa adorava frequentar, para conhecer o amigo. Durante poucas horas, próximos à área da piscina, conversamos muito sobre tudo: tecnologia (uma de suas paixões), natureza, música e experiências de vida. Ele era um mestre!

Nunca mais nos vimos, mas a correspondência eletrônica continuou a existir até o início de 2014, quando senti seu sumiço. Com a ajuda de amigos comuns e alguma insistência consegui saber que ele havia sido operado da coluna. Teve algumas complicações no pós-operatório, mas ele era valente, gostava da vida e depois de algum tempo voltou para casa.

Nos últimos meses pude sentir sua fragilidade através da voz nas mensagens gravadas, até que hoje recebo do CAT a triste notícia de seu falecimento. Vai deixar saudades entre os amigos e familiares, pois era, sem dúvida, um tipo inesquecível. Compartilho a seguir algumas de suas tiradas que pesquei nos meus e-mails e em seu blog.

A foto é de uma pedra pintada por ele que ganhei de presente no dia em que nos conhecemos. Veio com instrução sobre as posições alegre e triste. Hoje ela está na posição triste... e chorosa.

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Em 1954, voltando dos EEUU e antes de embarcar para a Europa, passei uns meses no Rio e, como sempre, fiz amigos em bares e nunca em leiterias (contando sobre sua amizade com Caymmi)

Agora, se seu médico é irritável e impaciente com quem não o obedece, mostre a fórmula deste sorvete que, ao encurtar sua vida, evita seus dias de aporrinhante velhice e evita que você fique engordando a conta do banco. Dele, é claro! (passando uma receita de sorvete de pêssego)

Domingo, manhã radiante, ensolarada e fria, e nem uma mensagem. Nada, nem resultado de loteria nem alguém querendo enfiar a mão no meu cofrinho. Nem uma antiga e sofrível piada dos anos 50, agora revestida de .pps, ou .htps, ou dentro de um vídeo no Utube. Nem mensagens com mulheres lindas e saborosas, com suas partes mimosas (como a elas se referiam os homens de antigamente) expostas como se fossem fotos de perícia policial ou provas judiciais.

Sábado chuvoso, cinza e vazio, resultou na música que vai atachada. A gravação feita aqui em casa, usando um microfone dentro do violão, é da musiquinha 'cadora1.mp3' tocada pelo Dr. Unha, gato aqui residente. Aliás, um retrato dele já foi enviado o todos vocês há umas semanas. Dr. Unha é novo e, como muitos jovens, se interessou pelo violão. É auto didata e usa, para aprender, velhos manuais do instrumento que ainda mantenho por aqui. Lendo diretamente da partitura à primeira vista, razão pela qual aconteceram os pequenos erros na execução, aqui vai o resultado.

Recomendação do gato residente:
Para viver bem você necessita de duas coisas somente:
WD-40 e Fita-Gomada. Se algo não se move e deveria, use o WD. Se algo se move e não deveria, use a fita.
Dr.Unha

Mui estimada e admirada Heloise . . . a moça que mora longe
Como gosto imensamente de você, acredite, começarei uma revolução, farei com que a diretoria do DCT seja banida do país e picharei os muros do Palácio da Cidade caso a revista não esteja em suas mãos dentro de 48 horas. (quando da demora da revista do Iate que lhe pedi com matéria sobre ele)

A musical afternoon here in the house:
Dona Leonor set up the works, Zuza (my beloved dog) worked the microphone and the technical part, Dr Unha, on the ulelele, did the sound, and I sang. Credits also go Walter Donaldson and Abe Lyman who composed "Ater I Say I´m Sorry" (1925 - Miller Musisc Corp.)

E por falar disso, por esquecimento deixei de incluir meu último 3x4 tirado para minha Carteira de Nostalgista. Diga se acha que saí bem.

Moro num país tropical, abençoado por Deus, pela natureza e administrado pela Prefeitura. Isso prova que nada é perfeito! (irritado com as obras na Ladeira Ary Barroso)

Não sei quanto tempo permanecerei nesta casa. Estou sentindo a idade. A saúde, e eu entendo, está mostrando o resultado de uma vida maravilhosa que, para ser assim, exigiu exageros. E muitos.

P.S. Quando puder ouça o Impromptu N. 3 de Schubert
http://www.youtube.com/watch?v=KkqDEh-fXVI

Suas mensagens, raras demais para meu gosto, me dão grande alegria. _Generosa... com seus elogios me faz pensar que a vida é mesmo bela.

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